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5 desafios que devs iniciantes enfrentam com ReactJS

ReactJS é a tecnologia mais usada por pessoas desenvolvedoras experientes e também por pessoas que estão aprendendo a programar, de acordo com a pesquisa do StackOverflow com mais de 70mil pessoas da comunidade tech lançada em maio de 2022.

Imagina você aprendendo os passos iniciais de como as grandes plataformas web são criadas nos dias de hoje. Plataformas como Facebook, Instagram, Twitter, TikTok, Netflix, AirBnB, Notion e muitas outras.

Isso te abre possibilidades de conseguir sua vaga como dev front-end jr., num dos mercados que mais cresce no Brasil e no mundo, com salários e benefícios atrativos até mesmo para pessoas iniciantes ou estagiárias.

Mas nem tudo são flores e iniciar os estudos de uma nova tecnologia é um processo que demanda energia, comprometimento e esforço. Por isso, nesse texto eu vou te contar 5 desafios que devs iniciantes enfrentam quando estão dando os primeiros com ReactJS. Vai que você se identifica e tira daqui algum aprendizado! Vamos lá?

1- Não ter o costume de usar o terminal

Quando a gente está estudando front-end, geralmente, inicia com lógica de programação,  html, css e  javascript com manipulação do DOM.

Aí a gente começa a criar alguns projetinhos pra treinar: todo list, formulários, sites e por aí vai. Mas a gente tá fazendo tudo isso sem encarar o terminal.

Quando muito usa o terminal, é pra subir algum projeto no github usando o git, mas também existem formas de fugir disso e a gente foge. O fato é que não deveríamos.

Pois ter o costume de usar o terminal faz muita falta quando estamos aprendendo ReactJS. Pois usamos com muito mais frequência o terminal para:

  • criar um projeto
  • rodar um projeto
  • instalar dependências
  • e mais

É muito importante saber o básico de comandos do terminal, e navegar pelas pastas se prova um desafio e tanto.

Inúmeras vezes eu esquecia de entrar na pasta do projeto e não percebia de cara, daí meu projeto não rodava de jeito nenhum, e só quando já tava perdendo as esperanças eu percebia: “não vai rodar, se não entrar na pasta do projeto, né”.  😳

Não fuja do terminal, ele é legal, rs!

2- Não saber como rodar o projeto no navegador

Outro choque de realidade é que abrir o html para ver o projeto ReactJS no navegador, não será mais usando o live server ou clicando pra abrir o html.

É preciso rodar um script pra o projeto iniciar um localhost, que no contexto de redes nada mais é do que o nosso próprio computador, e acaba sendo uma forma de mascarar um endereço de IP.

No ReactJS, se você usou um gerador de projeto como vite ou create-react-app, o processo de ver e testar seu site no localhost enquanto desenvolve já está todo criado.

Além disso, temos também a forma como o conteúdo aparece na tela, se não escrevemos no HTML como o conteúdo vai parar na tela?

Tudo acontece devido ao arquivo main ou index que captura. a tag com id root e com o metodo render coloca todo o conteúdo que está no App na tela. Entender esse caminho é super importante.

Logo, se precisamos mudar o conteúdo que aparece na tela isso deve ser feito no App, ou deve ser importado no App.

Fluxo para entender como o conteúdo chega na tela:

Mesmo fluxo para entender como o conteúdo chega na tela, mas dessa vez demonstrando quando tenho componentes e preciso importar no App.

3- Não ter uma base boa de Javascript e HTML

Quando a gente tá começando a estudar ReactJS não faz ideia que se a gente dominar os fundamentos de html e javascript pode voar nos estudos da ferramenta.

Essa base é importantíssima, pois vai te preparar para tudo que esperam de você enquanto pessoa desenvolvedora front-end.

E mesmo quando você vai aprendendo como resolver problemas mais complexos, volta e meia você vai precisar revisitar esses conceitos e fundamentos.

Afinal de contas, React é uma biblioteca javascript, então a gente vai estar escrevendo JS com uma forte pitada de html. 😂

Nesse momento do estudo, vai ser super importante também ter uma visão de como funciona a web e seus protocolos, principalmente o protocolo http.  É importante também saber sobre Javascript assíncrono, promises e métodos de iteração de array.

Saber isso vai te livrar de muitos sufocos.

4- Não saber como escrever em ReactJS

Eu sempre repito nos meus conteúdos que sintaxe de uma linguagem a gente vai pegando a prática com o dia a dia e não precisamos decorar. Mas entender que JSX é a forma que a gente escreve HTML dentro do Javascript vai ser muito importante pra seus estudos de ReactJs.

Além disso, a gente vai acabar descobrindo que saber usar o import/export de arquivos também vai ser um  super desafio. A gente vai errar o caminho dos arquivos, vai esquecer de colocar a palavra reservada from, vai se confundir no uso de exports nomeados e padrão e por aí vai.

Confere aqui a diferença entre named export e default export:

As exportações sem default são exportações nomeadas. E não podemos alterar seu nome quando estamos importando como no exemplo aqui embaixo:

import { Title } from './Title'

 As exportações com default são exportações padrão e podem ser renomeadas a qualquer momento. Tipo aqui no exemplo:

import MyTitleModified from './Title'

O React é um ótimo exemplo de biblioteca que exporta componentes padrão e nomeados. 

import React, { useState, useEffect } from 'react'

Mas treinando a gente consegue aprender a ter mais atenção ao jeitinho React de programar.

5-  Não saber como procurar conteúdos para dar os primeiros passos

Há 3 anos e meio, eu estava me sentindo exatamente assim, eu não sabia quais conteúdos de ReactJs estudar e me aprofundar pra me tornar uma dev front-end. 

E não era a falta de opções que me deixava perdida, era justamente o oposto, eram muitas opções, muitos conteúdos e isso tudo me deixava sem saber qual caminho seria mais efetivo.

Por isso decidi colocar aqui embaixo alguns materiais que produzi de ReactJS, pra te contar o meu caminho das pedras, o meu roadmap. Esses foram os passos que me ajudaram a criar uma trilha de estudos que fez sentido pra minha jornada.

E mesmo sabendo que o meu caminho talvez não se encaixe perfeitamente com o que você deseja, talvez seja um incentivo ou um direcionamento. Vem conferir esses materiais que podem te ajudar nos estudos de ReactJS!

Um episódio no podcast quero ser dev:

Um texto aqui no blog te ensinando a criar seu primeiro projeto ReactJS:

Hello, React! – React para iniciantes

Conclusão

Todos esses tópicos formam um pouquinho dos desafios que vivi na quando estava dando os primeiros passos com ReactJS.

Eu espero que tenha te ajudado. Me conta nos comentários se você vive ou viveu alguns deles. Ou também se você aponta outros desafios que não citei aqui!

Não esquece também de compartilhar, vai que ajuda alguém. Até o próximo texto!

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Decidi estudar programação. Por onde devo começar?

Se você decidir se tornar uma pessoa desenvolvedora e for perguntar para alguém da área por onde deve começar, a resposta provavelmente será unânime: comece por lógica de programação. 

Se for pesquisar na internet, em canais ou perfis de pessoas da área também vai ouvir: comece por lógica de programação. 

Mas afinal, como dar os primeiros passos para aprender a programar e sair do zero pra trilhar um caminho nessa carreira que tá cheia de oportunidades por aí e que remunera bem comparada a outras carreiras, além de oferecer ótimos benefícios mesmo para pessoas iniciantes?

Se eu te contasse que é possível aprender lógica de programação de forma descomplicada, você acreditaria? Pois bem, é isso que vou tentar fazer aqui neste artigo, separei alguns tópicos essenciais para pessoas que nunca tiveram contato com programação possam entender quais seriam os primeiros passos. Vamos nessa?

O que é lógica de programação

Lógica de programação é o processo mental de criar instruções para o computador.

Essa é a parte que a gente já começa antes mesmo de colocar a mão no computador.

É a parte de pensar num passo a passo finito e lógico para resolução de um problema.

E saber estruturar a lógica utilizando um fluxograma ou pseudocódigo é um bom caminho de representar sua lógica antes de partir para uma linguagem de programação.

Aquela ajudinha com as palavras novas:

Fluxograma é um desenho pra representar fluxos ou processos, tipo esse aqui da imagem abaixo. Você pode usar o site lucidchart pra aprender a criar seus fluxogramas.

Pseudocódigo é a representação descrita de cada passo que seu código deverá fazer. Ainda não é o código em si, e é escrita num idioma como português. Aqui a carinha de um pseudocódigo, tirei do site visualg3. Que é um programa onde você pode criar suas instruções em Portugol(também conhecido como português estruturado, uma forma de escrever pseudocódigo em português como na imagem abaixo).

A lógica de programação é importante porque vai te ajudar a desenvolver seu raciocínio lógico para organizar as instruções e se preparar para construir suas primeiras linhas de código e além.

É bastante importante começar com exemplos simples desde somar 2 números ou calcular a média, até aprender a criar instruções maiores que resolvem problemas mais complexos.

Portugol x linguagem de programação

Portugol não é uma linguagem de programação, ela é um método que só existe como forma de facilitar o ensino de pseudocódigo em português. Foi criado pelos professores Antonio Carlos Nicolodi (Brasil) e Antonio Mannso (Portugal) nos anos 80.

Um ponto bastante importante de saber desde o dia zero é que também é possível treinar lógica de programação aplicada em uma linguagem de programação. Em vez de passar somente pelo portugol. E foi exatamente o que eu fiz utilizando a linguagem javascript, inclusive criei uma playlist no meu canal pra quem deseja iniciar na lógica de programação aplicada com javascript..

Uma curiosidade legal de entender é que por debaixo dos panos o computador só entende zeros e uns. Mas como é que hoje é possível escrever de uma forma mais próxima da linguagem humana e ele entender? 

Tem uma série de documentários bem legal na Netflix que é a “Explicando” No E6T2: Explicando Código de programação eles dizem assim:  “Escrever programas em zeros e uns não é escalável. As pessoas queriam mais da potência que escrever códigos oferecia. Mas elas precisavam de uma maneira mais fácil de fazer isso. (…)

Com linguagens que fossem mais próximas da linguagem humana. Por isso criaram as linguagens de programação.”

Por exemplo: C++, Ruby, Java, C, Cobol, Python, Javascript e muitas outras.

No seu comecinho dos estudos não vai adiantar você querer aprender todas elas, vai ser frustrante e vai te desanimar muito nos estudos. Depois de escolher uma linguagem, a primeira coisa a se fazer é entender como aplicar a lógica de programação. 

Existem algumas instruções que se repetem a cada linguagem, o que muda é a sintaxe, ou seja a forma de escrever. Mas na maioria das vezes as pecinhas que precisamos juntar pra transformar nossos algoritmos em linhas de códigos são respostas pra essas aqui:

  • Como guardar uma informação na memória do computador para utilizar novamente, que são as variáveis
  • Quais tipos de dados preciso conhecer nessa linguagem
  • Como fazer as operações matemáticas nessa linguagem
  • Como faço pra que o computador entenda que eu desejo que ele execute uma ação, um verbo ou seja uma função
  • Como faço pra o computador entender que eu quero escrever uma estrutura condicional, onde ele deve tomar decisões diferentes em cada caso informado(os famosos if/else
  • Como faço pra um computador repetir alguma instrução uma determinada quantidade de vezes (os famosos laços de repetição)

A gente não precisa decorar a sintaxe de uma linguagem de programação. No início dos estudos a gente vai errar mesmo, eu lembro como eu tinha que pesquisar e anotar cada coisinha, pois eu esquecia toda hora e quebrava muito minha cabeça.

As coisas só vão ficando mais fluídas com a prática diária. Agora, uma coisa importante demais é você entender quais pecinhas usar pra ir montando seu passo a passo lógico pra resolver aquele determinado problema.

Pensamento computacional

A primeira vez que vi o termo Pensamento Computacional foi num curso da Camila Achutti que é uma referência na área de tecnologia, foi onde também soube que o pensamento computacional passou a integrar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e que deve ser ensinado nas escolas tanto para professores e quanto para pessoas estudantes.

E isso é sensacional, pois  o pensamento computacional pode  nos ajudar a desenvolver um pensamento lógico(nossa forma de pensar para resolver problemas).

É bem verdade que quando ouvimos a palavra computacional remetemos a algo digital ou que tenha correlação com um computador, mas na verdade diz respeito a nossa forma pensar para resolver problemas. Veja aqui embaixo uma introdução aos 4 pilares do Pensamento Computacional:

  • Decomposição: dividir um problema em partes menores.
  • Abstração: filtrar informações
  • Padrão: reconhecer padrões nas informações
  • Algoritmos: criar um passo a passo lógico para resolver o problema

Algoritmos

Você já deve ter escutado o termo algoritmo pelo menos uma vez, seja nas redes sociais, no noticiário, num escândalo, num documentário ou numa roda entre amigas.

Mas o que é um algoritmo? Segundo o livro Algoritmos para viver: a ciência exata das relações humanas: “algoritmo é apenas uma sequência finita de passos que se usa para resolver um problema, e algoritmos são muito mais amplos e muito mais antigos do que o computador.”

Deixa eu tentar ilustrar aqui: 

Já parou pra pensar como eram as bibliotecas antes? 

Na minha época de escola lá para o ensino médio surgiram os laboratórios de informática, mas antes disso me lembro da gente frequentar bastante a biblioteca com fichinha de papel e busca pelos livros manualmente. 

Era um caos, com os sistemas isso foi resolvido de uma forma linda. Hoje em dia, ficou muito mais prático eu usar o google pra buscar sobre qualquer coisa que eu queira estudar. 

E com o kindle ter qualquer livro na palma da minha mão de forma online, é muito incrível né? Eu ainda leio muito livro físico, rs, mas pelo menos o processo de compra é fluído graças também à tecnologia.

Eu também sou da época que alugava dvds para assistir a um filme. Agora com os serviços de streaming como Netflix, Disney, Amazon Prime entre outros, olha como isso foi resolvido, uma lista imensa de filmes e séries na palma da minha mão em qualquer lugar por uma assinatura mensal.

Esses e outros são alguns problemas que se repetem ao longo do tempo e por isso existem alguns algoritmos comuns que são usados para ordenar e buscar informações de forma eficiente. 

Então se hoje a gente consegue ter informação na palma da nossa mão é graças aos algoritmos. E aprender lógica de programação é o primeiro passo, pra gente se tornar a pessoa que cria esses algoritmos que resolvem problemas reais e complexos.

Primeiro a gente pensa de forma lógica e depois a gente estrutura esse pensamento com um passo a passo que pode ser representado com as ferramentas que você já conheceu aqui nesse post: o pseudocódigo e o fluxograma. Depois a gente transforma isso em linhas de códigos numa linguagem que o computador entenda.

3 Sites para praticar lógica de programação

Pra desenvolver seu pensamento lógico e melhorar sua lógica de programação usando linguagens de programação, você  pode treinar em sites de desafios. Vou deixar aqui embaixo 3 deles:

Hackerrank

O Hackerrank é um site usado para combinar empresas e pessoas desenvolvedoras, muitas empresas usam os desafios da plataforma para recrutar pessoas para o seu time. Além dessa parte de serviços para empresas, tem excelentes trilhas e desafios para devs, então é uma boa ferramenta treinar lógica aplicada. 

Exercism 

O exercism é um site com mais de 3450 exercícios pra você treinar programação. Além disso, eles disponibilizam mentoria com pessoas reais que podem fornecer feedbacks para seus códigos.

Code wars

O Code wars é um site com desafios de códigos criados pela comunidade de pessoas desenvolvedoras que participam. Você pode depois de um tempo criar desafios por lá também.

Minha experiência aprendendo lógica de programação

E pra finalizar, deixa eu te contar como foi comigo nesse momento inicial dos meus estudos. Eu estudei a linguagem Javascript, pois era a linguagem que os cursos que eu participei abordavam. Não foi um período fácil pra mim, pois eu estava vendo uma coisa completamente nova.

Inclusive, demorou bastante pra fazer algum sentido dentro da minha cabeça, nos primeiros cursos entre janeiro e junho de 2019, eu só aceitava os conteúdos que eram passados e reproduzia exemplos e mais exemplos. Do terceiro curso em diante no segundo semestre de 2019, eu já começava dizendo: Ahhhhh, então era isso que aquela determinada aula queria passar…

Outra dificuldade minha era que eu queria pular etapas, eu sou ansiosa gente, quando pegava um exercicio, eu nao queria passar pelo teste de mesa que é uma forma de você exercitar passo a passo de como seu código iria funcionar, eu já queria ir com tudo pra mão no código, sem passar por esse processo de pensar um passo a passo lógico. O resultado disso você já sabe né? Frustração e mais frustração.

Não to querendo dizer que com você vai ser exatamente assim. Afinal, cada pessoa tem o seu tempo e a sua forma de funcionar. Mas uma coisa quase sempre vai ser igual: você precisa praticar muito. Lógica de programação não é dom, é uma habilidade e como outra qualquer você pode aprender se praticar muitão e entender linha a linha do que você está escrevendo. 

Ahhh Simara então você já é bruxona na lógica de programação? Genteeee, mais de 3 anos depois e eu ainda pratico muito, principalmente quando vou dar algumas aulas de lógica de programação aplicada pra iniciantes. É realmente como aprender um novo idioma, se não praticar já era. 

Conclusão

Eu espero que esse texto tenha te ajudado a desmistificar esse comecinho dos estudos. Me conta nos comentários em qual etapa dos estudos você está! Até o próximo texto! <3

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Estudos de programação: como criar uma rotina diária que faz sentido

Sair do zero e dar os primeiros passos nos estudos de desenvolvimento de software não é fácil. Isso sem contar o super desafio que é avançar nos estudos. 

E mesmo criando planos mirabolantes, metas alcançáveis e tendo muita vontade de virar o jogo na minha migração de carreira pra tecnologia, eu escorregava. Tinha dias que o desânimo me vencia. E eu ficava frustrada e ansiosa por estar falhando comigo mesma. E às vezes era super difícil sair desse lugar de desânimo.

Eu passei 2 longos anos estudando e só nos últimos 3 meses antes de encontrar meu primeiro emprego como dev foi que entendi minha forma de funcionar para reter o aprendizado e o mais importante para ter uma constância nos estudos. 

E olha que maravilha: eu vou contar tudinho aqui nesse texto. Mas já adianto que talvez você se decepcione comigo, pois eu não vou te contar nenhuma fórmula mágica, hack ou atalho. Isso realmente não existe. Existe o que funciona pra você. 

Então eu vou apenas contar o que funciona pra mim, e vai que te ajuda ou te inspira! Vamos nessa?

Um pouco de contexto e reflexão

Eu sou o tipo de pessoa que fica procurando mensagens profundas em tudo.  Eu tava assistindo Shang-Chi e a Lenda dos Dez Aneis, inclusive um dos melhores filmes da Marvel na minha humilde opinião. 😳😍

Não vou dar spoiler pra quem não viu ainda, mas tem essa cena que me fez refletir, é uma jovem conversando com uma anciã. 

A jovem disse assim:  ” Adoro isso de vocês saberem exatamente o que querem e passarem a vida toda se aperfeiçoando nisso. Eu queria ser mais assim. Toda vez que fico razoavelmente boa em algo eu desisto e começo algo novo.”

E a anciã respondeu: “Se não mirar em nada, não acertará em nada.”

É óbvio que essa cena me fez refletir sobre alguns pontos que eu achei importante falar aqui: a diferença entre ser multipotencial e multitarefa. E também a relação entre metas e disciplina. Como entender esses conceitos pode me ajudar na prática. E por fim, como não ceder às distrações.

Multipontencial x Multitarefa

Estes dois termos possuem significados completamente diferentes. 

Enquanto multipotencialidade é a habilidade de mergulhar em diferentes paixões e focar nesses interesses até se tornar uma pessoa realmente boa neles. 

Ser multitarefa é se iludir confundindo ser produtiva com o fato de se manter ocupada fazendo muitas coisas quase sempre inacabadas ou sem qualidade/profundidade.

Eu ouvi o termo “multipotencialidade” pela primeira vez, no TED de Emily Wapnick e eu fiquei encantada demais, eu me identifiquei completamente. Finalmente, eu estava liberada para ter interesses e paixões desconexas e ser boa neles.

Metas x disciplina

Mas pra realmente me tornar boa em algo, como aprender a programar, era preciso estar mais concentrada e fazendo progresso nos esforços profundos que realmente importavam.

E uma excelente ferramenta para fazer isso era ter metas SMART, ou seja que me diziam com muita precisão as respostas dessas perguntas aqui embaixo:

  • O que você quer? 
  • Como você vai realizar e medir avanço?
  • Tem sinergia com o que você deseja a curto e longo prazo?
  • Em quanto tempo irá realizar? 

Ter essas informações mapeadas me ajudam muito a permanecer no eixo. 

E por falar nisso, eu migrei de carreira no contexto de pandemia, onde nem sempre a gente acordava com toda motivação para ter um dia produtivo. Ter uma rotina me ajudava muito a manter o foco nos dias difíceis.

É como acordar cedo ou construir hábitos mais saudáveis. No início, a gente força e vai sem vontade mesmo, só pra criar o hábito. Depois, nosso corpo e nossa mente já reagem no automático.

Motivação é besteira. A maioria dos dias a gente não se sente 100% e é importante seguir com consistência pra alcançar nossos objetivos mesmo nos dias ruins.

Tá, mas como saber disso me ajudou?

Vou dar um salto no tempo e contar como tem sido minha rotina agora, enquanto tenho que equilibrar criação de conteúdo, dia a dia no trabalho CLT e meus deveres na vida pessoal.

  • Eu bloqueio duas horas do meu dia pra estudar (seg/qua/sex – programação, ter/qui – inglês)
  • Antes do trabalho separo 1 hora pra treinar
  • A noite, eu me desconecto pra recarregar: lendo, jogando ou assistindo 
  • Meu mês de conteúdo é planejado sempre no mês anterior e eu uso o trello pra me ajudar em cada etapa de criação
  • Criei uma estratégia e uma rotina de criação pra cada canal/rede onde tenho presença
  • Ainda não cheguei no meu modelo ideal pra criar podcast e blog. Mas já me viro muito bem com youtube e instagram (que separo apenas um dia pra criar pra cada canal).
  • LinkedIn é o melhor dos mundos pra mim, pois decidi criar conteúdos que são cortes do podcast, do blog e do youtube.
  • Tenho me alimentado melhor, separo 2 horas no domingo pra cozinhar todas as refeições da semana.
  • Tenho tido mais atenção pra qualidade e quantidade do meu sono, além também de consumir a quantidade ideal diária de água.

 

A carinha de meu trello:

A única diferença nessa rotina pra a da época que eu estava focada em aplicar pra vagas era que eu dedicava entre 4 e 6 horas por dia pra estudar. Agora não tenho todo esse tempo. 

Muita gente não tem, então o que importa é a constância de quantos dias seguidos eu faço isso com muita qualidade nas poucas horas que eu tenho e não uma quantidade de horas imensa por dia sem foco e qualidade nas tarefas.

Mas pra entender qual o formato de rotina mais efetivo pra cada momento, eu tento responder estas perguntas:

  • Faz sentido pra mim?
  • Está alinhada com as outras áreas da minha vida: sono, alimentação, exercício físico, diversão, saúde mental?
  • Eu tenho um roadmap, uma trilha pra o que eu quero estudar?
  • Eu tenho metas?
  • Eu tenho um planejamento?
  • Eu tenho como medir meu avanço diário?

Depois eu testo por dias, semanas, meses seguidos, vou adaptando e tento fazer funcionar muito bem. E eu estou sempre aberta pra fazer ajustes ou mudar quando passar a não fazer mais sentido.

Como não ceder às distrações

Segundo Cal Newport, professor de ciência da computação e autor best-seller do New York Times, com os livros Digital Minimalism e Deep Work:

  • A maioria das pessoas passa o dia reagindo às mensagens
  • Criando distração constante, tornando impossível pensar com objetividade.
  • Gerando sentimentos persistentes de ansiedade e sobrecarga.
  • Impedindo o progresso nos esforços profundos que realmente importam.
  • Fazendo parecer que seu trabalho nunca termina, frustrando as tentativas de relaxar ou recarregar.

Então eu tenho muita atenção quando uso alguma algum template ou ferramenta, se eu to fugindo desses tópicos.

  • Eu gosto de usar o método de bloquear tempo pra focar nas minhas atividades. Já testei o pomodoro mas não rola pra mim, porque eu costumo demorar pra me concentrar, mas eu adaptei e depois de 1h ou 2h focada eu levanto, tiro uma pausa, brinco com Bob, meu cachorro, ouço uma música, faço algo pra desconectar e depois eu volto com foco total pra uma próximo bloco.
  • No notion e no miro você pode usar alguns modelos prontos e preencher com seus dados. Comprei até o planner do Call Newport mas também não rolou pra mim, eu não tinha a disciplina de preencher e me dá TOC coisas não preenchidas, rs. Mas meu bloco de notas no celular, o trello e a agenda do Google são os meus aliados pra controlar minha rotina diária de foco. A real é que não importa muito qual a ferramenta que você ta usando, até papel e caneta funcionam desde que você cumpra o que se propôs e adapte o que precisa. Teste pra entender melhor o que você prefere.
  • Eu gosto muito também de seguir trilhas de estudos já estruturadas em cursos ou em playlists no youtube, pois fica mais fácil mensurar as metas SMART e ir medindo o avanço.

E isso tudo foi tão decisivo pra mim, pois são esses pequenos avanços todos os dias que me trouxeram pra mais perto de alcançar minhas metas e me fizeram continuar seguindo com muita disciplina. 

Eu amo marcar coisas como concluídas. Seja riscar um item numa lista ou finalizar um módulo de aulas. Não sou nenhuma especialista, mas é certeza que isso me libera algum hormônio que me ajuda biologicamente a seguir. E principalmente, nos dias que não me sinto feliz e motivada, consigo seguir com constância. 

Não é que eu seja uma perfeição ao realizar TUDO. Eu sempre escorrego, mas tô sempre identificando onde estou errando, pra reparar e readaptar. A chave é se conhecer, se ouvir e se priorizar.

Conclusão

É isso, pessu! Agora é super importante dizer que esse fluxo de pensamento que a gente construiu nesse texto não vai nos livrar de escorregar em uma tarefa ou outra, ou até mesmo em agendas inteiras. 

Mas a gente vai entender que falhar em alguns momentos, não é tão grave se temos a chance de atualizar, adaptar e continuar seguindo até concluir nossas metas de estudos de programação. Vamos nessa? Vamos juntas!