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Migração de carreira é pra mim?

Migrar de carreira é algo que coloca a gente do avesso, a gente começa a descobrir fragilidades e fortalezas onde nem imaginava. Eu amo a liberdade de poder mudar de idéia e seguir caminhos diferentes. E eu fiz isso depois dos 30 anos e vindo de uma área diferente.

Quem diria que essa baiana de Alagoinhas, um dia iria estudar na estação hack do facebook que era um prédio com iniciativas educacionais e de negócios sociais apoiadas pelo facebook.

Ou que ela iria estudar dentro da sede do ifood descobrindo como eles criaram o app tão famoso. Vem comigo que vou te contar tudinho aqui nesse texto!

  1. Como me interessei e como dei os primeiros passos na programação
  2. Como foi minha busca pela primeira vaga de dev
  3. Como lidei com alguns medos que ocorrem durante a migração de carreira
  4. Quais os primeiros passos para quem deseja ser dev

1- Como me interessei por programação

O ano era 2019 e meu interesse por programação surgiu por necessidade e curiosidade.

Com formação em marketing eu tinha uma agência digital que gerava resultados para empresas de afroempreendedores. E um dos clientes era o Movimento Black Money, o hub pra inserção digital da comunidade preta.

Em janeiro, eles criaram o afreektech um curso pra ensinar conteúdos digitais pra uma galera preta no Rio de Janeiro, na turma de marketing eu fui mentora. E na turma de programação pra pessoas não programadoras eu pedi pra ser aluna. 

Primeiros cursos e principais aprendizados

AfreekTech

3 curiosidades legais desse curso: 

1-  é que foi lá que eu dei meu primeiro hello world em javascript e entendi os princípios básicos de como a web funciona.

2 –  o professor era o Halisson Paz um dos criadores do canal programação dinamica <3

3 – lá eu fiz amigas pra vida toda 

Gama Academy

Depois disso eu passei 2 meses em São Paulo para participar da turma de front-end da Gama Academy, eu aprendi a importância das soft skills e do networking. 

Eu tive contato com ReactJS a primeira vez e vou te contar que não foi amor à primeira vista. Meu computador era veinho de 2013 e as vezes travava, as vezes eu não conseguia acompanhar a aula.

Foi a primeira vez que vi Git também e morria de medo do terminal. Eu odiava errar e ouvi uma frase que me marcou: “Você precisa aprender a gostar de errar. Isso mostra que você tá tentando coisas novas e que está crescendo.”

Reprograma

Em julho de 2019, eu tava participando do processo seletivo da reprograma, antes mesmo de ser aprovada pra o curso que era presencial eu decidi: vou mudar pra São Paulo e se eu não passar, eu faço qualquer outro curso.

O resultado final saiu e foi um sim muito aguardado. Foi um inverno super frio e literalmente eu nem tinha roupa pra aquilo. hahah 

Eu já cheguei em São Paulo com mais 30 amigas, e a gente dividiu nossas semanas de segunda a sexta das 9 as 17, durante 4 meses e meio dentro da estação hack do facebook.

Eu tive a chance de rever com calma, javascript, html, css e React. Me apaixonei e assumi: quero ser dev. 

Next

Era um curso de Java, conheci uma galera massa e todo sábado eu ia lá estudar dentro da sede do ifood. 

Conheci como o ifood resolvia alguns problemas de arquitetura da área de logistica e sabia que era um conteúdo ainda muito avançado pra mim naquela época.

Mas foi super importante estar lá e ter experimentado codar em Java também.  Nesse iniciozinho é importante testar coisas diferentes pra descobrir o que gostamos mais. Mas com cuidado pra não perder o foco, né?. E não foi Java. rs

2- A busca do meu sim

Enquanto eu fazia todos esses cursos, ainda atuava com marketing. Mas corta pra 2020.

Chegou pandemia e com ajuda psicológica, eu percebi que era a hora de tomar mais uma decisão: migrar de vez pra tecnologia e conseguir minha vaga de jr. Inclusive contei tudo isso no podcast quero ser dev.

Eu não empreendia por que tinha grana pra investir, eu empreendia pra pagar boletos fazendo o que eu amava. Não tinha uma reserva de emergência, não tinha plano de saúde e fiquei super assustada com a pandemia.

Eu queria estar amparada com um bom salário, beneficios e um rumo mais certo na minha carreira. E migrar de vez parecia ser o caminho ideal. Então fui encerrando meus contratos aos poucos e me organizei pra ficar 3 meses só estudando e aplicando pra vagas. Eu fiz isso de outubro até dezembro daquele ano.

Eu sei que muita gente não tem esse acesso, por ser o sustento da casa. Mas existem outras formas de conciliar tudinho.  

Eu fiz uma listinha com muitas empresas que eu lia sobre valorizar diversidade, pessoas em inicio de carreira e ter bons beneficios. 

Até entrevista em ingles eu fiz pra empresa gringa. Mas eu também entrevistava as empresas e eu aprendi muito durante cada processo seletivo: pitch, testes unitarios, melhores práticas de desenvolvimento de software, algoritmos e estruturas de dados e muitas outras coisas. Alias se vc precisa de ajuda para algumas dessas etapas vem conferir aqui esse vídeo:

E enquanto fazia entrevistas eu fiz a NLW da Rocketseat e ganhei uma bolsa lá pra continuar estudando ReactJs e NodeJs.

O fato é que eu apliquei pra muitas vagas, recebi mais de 20 nãos, fiquei no vácuo de alguns processos seletivos, demoraram pra me chamar pra entrevista, eu chorei com os nãos, eu tive ansiedade com a falta de retorno.

Mas em dezembro chegaram os 3 sim que eu recebi, ali veio a minha favorita da lista a Thoughtworks.

3- Medos e relatos honestos pra você entender que migração de carreira pode ser pra você

“Quero ser dev, mas tenho medo de não conseguir meu primeiro emprego”

Eu também morria de medo, eu achava que ninguém me daria uma oportunidade por não ter experiência na área. 

Mas a real é que enquanto a gente estuda programação a gente vai acumulando experiência com os projetinhos pessoais que formam nosso portfólio, a gente tem experiência em aprender a aprender  e isso é muito importante pra conseguir a primeira oportunidade.

As empresas comprometidas em desenvolver pessoas em início de carreira entendem isso, elas sabem que você pode não ter vivência com metodologias ágeis, com colaboração em time e com melhores práticas de desenvolvimento de software.

Mas se você fez uma migração de carreira, por exemplo, você está trazendo bagagem e repertório da posição anterior, além de muitas habilidades comportamentais (as famosas soft skills).

E algumas empresas  estão também criando programas educacionais pra te ajudar nesse início de jornada. Muitos deles com contratação CLT, ou seja você recebe salário e benefícios para estudar dentro da empresa.

E logo após ser encaixada num time.. Uma boa opção também pra quem está na faculdade, por exemplo, é buscar por estágios. 

Agora, uma coisa é fato, se você não se inscrever em processos seletivos, aí sim é que você não vai conseguir a vaga dos sonhos. Por mais que seja doloroso receber alguns nãos, se jogue e aprenda com cada processo seletivo. 

Além disso, foi super importante entender que cada pessoa tem seu tempo, e me comparar com elas é injusto. Tem gente que consegue a vaga ideal nas primeiras entrevistas, eu só consegui depois de mais de 20 tentativas.

Eu só fui ganhando mais confiança quando percebi que estudar e praticar todo o conhecimento adquirido também é experiência e que a minha vaga dos sonhos tava ali pertinho de mim.

“Quero ser dev, mas tenho medo de não ser suficiente e não dar conta das demandas”

A verdade é que a gente não é suficiente mesmo. Nem se a gente fosse senior seria suficiente e é por isso que as empresas precisam de times. 

Quando a gente está estudando programação não tem a noção de  que numa vaga como jr. a gente não precisa dominar 100% das ferramentas. O que precisamos é estar abertas para aprender e com o apoio do time a gente consegue ir mais longe.

Como falei antes, as empresas entendem isso. Por isso muitas delas criam programas educacionais para absorver e formar pessoas em inicio de carreira, a maioria com  foco em diversidade. Eu mesma comecei minha carreira num programa desses a TWU – Thoughtworks University Brasil. 

É bem verdade que bate logo uma ansiedade da nossa parte pra entregar resultado, logo nos primeiros meses. Mas se eu pudesse te dar um conselho seria: tenha paciência consigo mesma e mergulhe em entender os processos gerenciais do seu time, como por exemplo as cerimonias e planejamento das tarefas, mergulhe em entender as regras do negócio, o fluxo da pessoa usuária, a estratégia usada na qualidade e também como é o caminho pra produção.

No mais,  confia no tempo que o dia a dia vai te dando experiência pra dominar a codebase (o código) do pojeto que você entrou. Essa visão mais ampla vai te dar segurança e autonomia pra  agregar no projeto. Confia!

“Quero ser dev, mas tenho medo de compartilhar o pouco do conteúdo que sei e ser zombada”

Eu também morria de medo de julgamentos. A verdade é que eu ainda sinto esse medo. E toda vez que eu imagino o que as pessoas mais experientes de mercado podem pensar sobre meu conteúdo chega dá um friozinho na barriga. Esse medo é real.

Mas daí, eu respiro fundo e paro de me comparar. Eu lembro que não há nada que eu saiba tão pouco que eu não possa compartilhar. Eu lembro de pessoas que estão no comecinho da jornada para se tornar uma pessoa desenvolvedora, eu sei que meu conteúdo pode ajudar bastante. 

Além do mais, toda vez que vou compartilhar algum conteúdo, eu estudo sobre. Então é uma troca linda onde todo mundo sai ganhando.

É… nesse iniciozinho da carreira, principalmente se você está vindo de uma área completamente diferente e se você faz parte de grupos subrrepresentados no mercado de tecnologia, você encara muitos desafios diariamente.

Não vou mentir para você, não é fácil, só que eu não passei por isso sozinha. E você também não precisa. Peça ajuda!

Peça mentorias, aposte no pair programming, faça parte de comunidades e faça também parte de programas imersivos em parceria com empresas atuantes no mercado. Sei lá, me manda uma DM, rs! (Eu demoro, mas respondo!)

E se puder, faça terapia! Simmm, procure ajuda profissional, pois fazer transição de carreira  é uma tarefa muito árdua e revolucionária. Essa jornada coloca a gente pelo avesso e toda ajuda é válida.

Por fim, aproveito pra deixar um recadinho do coração: os erros na tela não dizem nada sobre você, na programação tá tudo bem errar dentro desse ambiente controlado que é o inicio de carreira, isso mostra que você está tentando coisas novas, está crescendo. 

ERRE MAIS e tenha paciência pra resolver tudinho. Tenho certeza que você vai aprender com o processo. Eu to aprendendo muito! Mas, e se der medo? Vai com medo mesmo! Vamos juntas! 

E você vai perceber o quanto essas ações podem fazer total diferença e você não se sentirá tão perdida.

4- Quero ser dev, e agora?

Pesquise sobre quais áreas existem e escolha a sua

No início, eu estava me sentindo exatamente assim, eu não sabia quais conteúdos estudar e me aprofundar pra me tornar uma dev. 

E não era a falta de opções que me deixava perdida, era justamente o oposto, eram muitas opções, muitos conteúdos e isso tudo me deixava sem saber qual caminho seria mais efetivo.

É importante dizer também que o desenvolvimento é só uma pequena parte desse mercado gigantesco e que é cheio de oportunidades. Tem também as áreas de experiência da pessoa usuária, área de qualidade, a área de negócios, a área de dados, a área de segurança, de infraestrutura e muitas outras. Vale muito a pena pesquisar sobre todas elas e entender a que faz mais sentido pra você.

Aqui eu vou contar um pouquinho sobre a área que escolhi que é desenvolver software e desenvolver aplicações web. E dentro desse mundo existem 2 principais áreas que são: front-end e backend.

Vou dar um exemplo pra te ajudar a entender melhor esses dois termos. Imagina se construir software fosse como um restaurante: temos toda a parte de experiência da cliente, o cardápio, o atendimento, o espaço físico. Toda essa parte de interação da pessoa usuária chamamos de front-end ou lado do cliente. 

Na prática a gente constrói essas telas lindonas com interface interativa e que sempre funciona muito bem, sem nenhum bug(erro) e sempre recebendo e enviando os dados corretamente.

Já no mesmo cenário do restaurante a cozinha, são os bastidores, o lugar onde a mágica acontece, ingredientes, dom da chef e receitas são transformados em pratos deliciosos e a gente não faz ideia de como são feitos. 

A gente só recebe o prato lindão e apetitoso. Esse lugar de bastidores são como o backend, onde os dados são tratados, validados, enviados para serem armazenados no banco de dados ou disponibilizados quando solicitados, chamamos o backend também de  lado do servidor.

Eu comecei fazendo cursos para me tornar front-end, fiz alguns cursos e estudei também de forma autodidata a área de backend. O que me abre muitas possibilidades.

Se você escolheu também começar por front-end esse vídeo pode te ajudar:

Estude lógica de programação

Independente da área que você escolher estudar, você vai precisar começar estudando lógica de programação e esse material aqui embaio pode te ajudar muito:

Decidi estudar programação. Por onde devo começar?

Entenda sua forma ideal de absorver conteúdo e se jogue

Eu precisei aprender a aprender. Entender como meu cérebro funcionava para absorver novos conteúdos, muitas vezes complexos pra mim. 

Para complementar os estudos durante as aulas dos cursos imersivos que fiz, testei a combinação de alguns formatos: lendo, ouvindo, assistindo, mas as formas que mais funcionam pra mim são colocando a mão no código ou explicando para alguém

E você? Já sabe como funciona? Entender isso vai fazer muita diferença!

Desenvolva sua carreira enquanto aprende a desenvolver códigos 

Quando fazemos uma migração de carreira,  não estamos abandonando as experiências que acumulamos na carreira anterior ou na vida acadêmica. 

Pelo contrário, todo aprendizado obtido em outras áreas vira repertório e bagagem e vão fazer de você uma deva incrível.

Leve em consideração as habilidades comportamentais que você desenvolveu. Elas são um super diferencial nesse mercado onde escrever linhas de códigos é  importante, mas as relações humanas se sobressaem pois ninguém constrói software sozinha ou pensando apenas em suas próprias necessidades.

Referências pretas e femininas na área podem te inspirar e te fortalecer

Eu só comecei e estou crescendo na área por me inspirar em pessoas que se pareciam comigo. Essas referências me fortalecem e me mostram que tecnologia é sim o meu lugar. 

Eu me inspiro todos os dias em pessoas como Nina Silva, Kizzy Terra, Monique Evelle, Nina da Hora, Rosi Teixeira, Karen Santos, Grazi Mendes entre outras. Toda vez que vejo os conteúdos delas meu coração vibra com as possibilidades e caminhos reais pra nós, mulheres pretas em tecnologia.

3 cursos grátis e online para formar mulheres em tecnologia

Esses cursos estão transformando as vidas e as carreiras de muitas mulheres cis e trans e de muitas travestis.

✅ @reprogramabr a seleção acontece várias vezes ao ano com foco em vulnerabilidade social
✅ @pretalab_ a seleção tem foco em recorte racial
✅ @minasprogramam a seleção também tem foco em recorte racial e interseccionalidades

Segue cada um dos @ pra ficar de olho na abertura das inscrições de cada bootcamp!

Curiosidade legal: fui aluna da Reprograma, já dei mentoria no Minas Programam e ainda dou aula na Pretalab e Reprograma. É uma honra fazer parte dessas comunidades poderosas.💜

5- Conclusão

Eu não tinha opção de dar errado, eu queria muito minha oportunidade como dev. Não foi um caminho fácil e ainda não é um caminho fácil.

Demanda muito foco, estudo, direcionamento e muitas horas estudando por dia. Mas é sim um caminho real e possível pra sua carreira também.

Eu espero que a minha história te inspire e te ajude de alguma forma. Deixa seu comentário contando como está sua migração de carreira e não esquece de compartilhar ! Vai que ajuda alguém? Te vejo no próximo texto!

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3 desafios que devs iniciantes enfrentam

Criei esse artigo pra compartilhar alguns dos principais desafios no início da carreira de uma pessoa desenvolvedora. Nele, eu aponto os problemas e aproveito também pra trazer algumas das vivências que me ajudam a enfrentá-los.

Mas antes disso, se você ainda não conhece minha trajetória profissional é importante saber que:

  • Eu fiz a migração de carreira para tech após os 30 anos e vindo de uma área completamente diferente.
  • Eu criei o podcast quero ser dev que inspira mulheres diversas a entrar na área de tecnologia.
  • Minha jornada como dev, começou em bootcamps (cursos imersivos com mão na massa) em 2019.
  • Hoje sou desenvolvedora na Thoughtworks e também dou aula de programação para iniciantes.

Agora, vamos aos desafios de uma dev iniciante:

Nesse iniciozinho da carreira, principalmente se você está vindo de uma área completamente diferente e se você faz parte de grupos subrrepresentados no mercado de tech, você encara muitos desafios diariamente. Não vou mentir para você, não é fácil e dariam muitos outros artigos como este para citá-los! Mas vou falar aqui sobre 3 deles que são muito frequentes:

1- Criar uma trilha de conhecimento que faça sentido

São muitos caminhos, muitas linguagens, muitas abordagens, muito conteúdo disponível. Qual linguagem de programação devo estudar? Qual área é melhor pra mim: dados, backend, front-end, produto, ux, negócio? O que vem depois do “Olá, mundo!”?

Saber criar um passo a passo coerente para o início de carreira é um super desafio, mas você não precisa passar por isso sozinha. Peça ajuda! Peça mentorias, faça parte de comunidades e faça também parte de programas imersivos em parceria com empresas atuantes no mercado. Tudo isso faz total diferença e você não se sentirá tão perdida.

2- Ganhar mais confiança. Quando eu sei que estou pronta? 

Um dos maiores desafios de uma dev iniciante é se enxergar enquanto potência e referência. A gente sente medo de, praticamente, tudo. Desde um erro que dá no console, até de apagar algumas linhas de nosso código achando que vai acabar com tudo. Quem nunca comentou linhas e linhas, só pelo medo de botar tudo a perder? rs

Eu tenho trilhado uma jornada de muito estudo, criando portfólio e mesmo assim a síndrome da impostora bate no meu ombro às vezes. Mas nem tudo está perdido, vem aqui embaixo conferir como lido com isso. Vai que faz sentido pra você também!

Faça terapia! Simmm, procure ajuda profissional, pois fazer transição de carreira sobretudo num contexto de pandemia é uma tarefa muito árdua e revolucionária. Essa jornada coloca a gente pelo avesso e toda ajuda é válida.

Você pode também praticar muito e aumentar o seu repertório, sua bagagem. Além de também compartilhar o seu conhecimento. Não há nada que a gente saiba tão pouco que a gente não possa compartilhar. Com certeza alguém tá aí te observando em segredo e se inspirando em você!

Por isso, já aproveito pra deixar um recadinho do coração: os erros na tela não dizem nada sobre você, na programação tá tudo bem errar dentro desse ambiente controlado que é o inicio de carreira, isso mostra que você está tentando coisas novas, está crescendo. ERRE MAIS e se der medo? Vai com medo mesmo!

3- Ganhar autonomia para resolução dos problemas

Quando a gente começa no primeiro emprego como dev, tem muita ansiedade envolvida no processo. A gente queria muito aquela oportunidade, os processos seletivos são longos e super concorridos. A gente até celebra a vitória, mas daí o danado do medo volta.

E a gente volta a achar que vai ser impossível entender como aplicar a nossa lógica de programação para resolver problemas reais, sem errar a sintaxe da linguagem que estamos estudando. E normalmente, quando o primeiro erro aparece a gente trava.

Então para lidar com isso RESPIRE! Entenda que existem vários caminhos para se chegar a uma solução, não tem isso de certo ou errado, temos que entender que existe sim a solução ótima e ideal, mas ainda estamos no caminho para aprender a desenvolvê-la.

E você é Júnior, ou como eu gosto de falar, Sandy! Você é iniciante e tem todo um time para te dar suporte. Tem também todo um processo super estruturado que vai garantir que sua colaboração no código não vai quebrar a versão do sistema em produção(aquela onde as clientes realmente têm acesso).

Esses processos envolvem ambientes diferentes com estratégias de versionamento com um caminho para produção, revisão no seu código, testes unitários e automatizados, pareamento com devs experientes e tem muito mais dependendo da empresa que você iniciar.

Então abuse das suas habilidades de pesquisar com os termos-chave corretos e em fontes confiáveis, além de revisitar códigos que você já fez que parecem funcionar bem pra aquele contexto.

É legal também dividir os grandes desafios em partes menores para facilitar o processo de codar. Lembre-se da sua primeira aula de algoritmos e descreva o passo a passo finito que o computador deve percorrer para executar as instruções que você irá passar.

Por fim e não menos importante, aprenda sobre melhores práticas de desenvolvimento de software: metodologias ágeis, qualidade, contexto de negócio, CI/CD/feature toggle, padrão de projeto, codesmell, entre outras. Isso aqui vai virar o jogo a seu favor!

Conclusão

Isso é tudo, pessu! Compartilhe nos comentários mais desafios e soluções, vamos tornar esse início menos doloroso para nossas manas devas sandy!

Como diz o meme que tá rolando por aí, nosso dia a dia é assim, mas a gente se diverte e cresce muito: “Suave como um vulcão, tranquila como um vulcão, se joga no vulcão.” haha

Beijinhos científicos e eu te vejo na próxima! <3

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2 podcasts de educação e carreira em tecnologia que eu já participei

Quem me conhece sabe o quanto sou apaixonada por educação e tecnologia. E é justamente por essa paixão que minha carreira gira em torno dessas duas áreas.

Meus olhos brilham tanto quando meu código funciona, mas brilham ainda mais quando uma pessoa estudante consegue aprender algo novo comigo.

Eu acredito de verdade que não há nada que saibamos tão pouco que não possamos compartilhar, por isso tudo o que eu aprendo sobre tecnologia, programação e carreira em tech desde 2019 eu compartilho com a galeris que me acompanha nas redes sociais, no podcast quero ser dev, nas palestras e nas salas de aula.

Além disso, cada pessoa funciona de uma forma diferente no aprendizado e a minha forma eficiente é de longe quando estou planejando ou compartilhando algum conteúdo.

Já dizia um provérbio africano: “Não se senta para ensinar quem não senta para aprender.”

Vem embarcar comigo nas minhas participações em 2 podcasts das principais empresas de educação em tecnologia da atualidade: Gama Academy e Rocketseat.

Carreiras digitais da Gama Academy

A Gama é uma empresa de educação que prepara talentos para o mercado digital com programas educacionais.

Lá as pessoas participantes enfrentam desafios reais, se conectam com empresas digitais, recebem mentorias de profissionais que estão mandando bem em suas áreas e, ainda têm a oportunidade de ensinar e aprender com a comunidade visando o emprego, transição de carreira e o life long learning.

O podcast Carreiras Digitais é apresentado por Guilherme Junqueira, fundador da Gama Academy. Além disso é o ponto de encontro para falar sobre as profissões que mais crescem no Brasil e no mundo, as tendências de tecnologia e insights para sair da zona de conforto, a partir de temas diversos no campo da programação, do design, do marketing, das vendas e das habilidades comportamentais.

E eu fui convidada para participar do episódio programação para pessoas não programadoras.

Descrição do episódio

Desde que surgiu, a programação é vista com um estereótipo de dificuldade, como se apenas poucas pessoas pudessem entender e construir os códigos.

Atualmente, a programação está presente em quase tudo que vemos. Nos aplicativos do celular, nos aparelhos eletrônicos, nos programas de computador, redes sociais e muito mais.

Neste episódio do podcast “Carreiras Digitais”, converso com a programadora Simara Conceição, ex-aluna da Gama Academy, sobre as possibilidades dentro dessa profissão que não para de crescer, além de desmistificar alguns mitos sobre programação.

Dê o play aqui:

Alumni da Rocketseat

A Rocketseat surgiu para ser um filtro para todas as informações disponíveis no universo da programação. Afinal de contas,  a tecnologia não para de evoluir.

Os programas da rocket nos guiam indo direto ao ponto no que importa. Somando tecnologias alinhadas com o mercado a uma jornada completa de aprendizado.

O Alumni é um podcast de entrevista com alunos, ex alunos e profissionais de programação, sobre educação, caminhos e dificuldades profissionais para quem trabalha com tecnologia no Brasil.

Uma conversa cujo propósito é ligar todas as histórias em uma narrativa onde a educação tem um papel fundamental. Estudo de caso, perfil, histórias, trajetórias. Conectar o público alvo com o propósito da rockeatseat.

Afinal, como que a educação e a tecnologia podem mudar a vida de alguém?

Descrição do episódio

Nesta edição de Alumni vamos conhecer a história de Simara Conceição, que é professora de desenvolvimento na ONG Reprograma e hoje atua como dev na ThoughtWorks, empresa de Chicago/US.

Simara conta como foi o processo de transição de carreira e como a Rocketseat participou da sua jornada como dev.

Junto com nosso apresentador Mayk Brito, ela fala sobre o impacto da educação e do foco em novos desafios.

Vem assistir aqui:

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Mudando de carreira no fim do mundo

“Não tema! Foi virada a página, tens agora um livro a escrever.” Essa frase de Cidinha da Silva tem sido meu mantra nos últimos meses. Afinal de contas, pra encarar o medo e mudar de carreira num cenário cheio de incertezas é preciso uma certa dose de coragem.

Neste artigo, eu conto um pouco sobre minha jornada profissional e algumas dicas de como mudar de carreira no fim do mundo. Espero que este artigo te ajude com o empurrãozinho que sua carreira precisa também. Vamos lá?

Prazer, Simara!

Muito prazer, meu nome é Simara, tenho 32 anos e sou baiana. Minha formação original é em marketing e durante algum tempo eu tive uma pequena agência de marketing digital. Até que em 2019, iniciei a transição de carreira para área de tecnologia.

Minha jornada tech iniciou na oficina de programação para pessoas não programadoras, Afreektech, uma iniciativa do Movimento Black Money, hub de inovação da comunidade negra.

Depois, eu passei pelo bootcamp Gama Experience, na stack hacker, na Gama Academy, uma empresa de educação que prepara talentos para o mercado digital.

Fiz também o bootcamp de backend, Next, na Movile, uma investidora estratégica que investe e desenvolve pessoas e negócios de tecnologia.

E por fim, fiz o bootcamp de desenvolvimento front-end da Reprograma, uma iniciativa que visa diminuir o gap de gênero no mercado de tecnologia através da educação.

Foi um 2019 cheio de aprendizados, descobertas e mudanças. A primeira delas foi minha mudança para São Paulo, pois os cursos eram presenciais. Além disso, eu aprendi que era capaz de mudar de carreira aos 30 anos, e descobri também que tinha aqui dentro de mim muito potencial.

Nessa vida adulta de meu deus, tudo é decisão. E ao fim dos cursos, eu precisava tomar um rumo: aplicar para vagas de desenvolvedora junior ou continuar com minha senioridade em marketing e estudando programação nas horas vagas?

“A vida é desafio”

Eu escolhi a opção 2, eu tinha aquela carta na manga e isso me dava uma falsa paz. Até que chegou a pandemia e eu me questionei muito sobre minha vida. E esse momento que balançou a vida de muita gente me fez acelerar o momento de usar a minha carta na manga.

Então fiz mais alguns outros cursos, mas dessa vez online, como Digital House, Master Tech, CS50 e RocketSeat. E tomei coragem pra escrever essa nova etapa da minha carreira, num próximo nível e sempre com sede de aprender.

Eu criei o Podcast Quero Ser Dev, onde compartilho minha jornada e convido outras mulheres inspiradoras também.

Além disso, dediquei full time de outubro de 2020 até dezembro de 2020 aplicando pra vagas, participando de processos seletivos, estudando muito e compartilhando o que eu andei aprendendo.

O resultado você já deve imaginar, né? Recebi a oferta dos sonhos, pra trabalhar numa das maiores globais de consultoria de software, a ThoughtWorks.

O livro em branco

Agora que você já me conhece, eu quero te contar como é mudar de carreira num cenário completamente remoto e em meio a pandemia.

Tendo em vista que eu participei de todo o processo seletivo online, assinei o contrato e entreguei a documentação também remotamente, fiz todo o processo de onboarding e até participei do programa de formação ThoughtWorks University também de forma remota e agora me preparo para integrar um time também remotamente.

Por isso, separei aqui embaixo 10 habilidades e as razões pelas quais eu acredito que elas foram decisoras pra minha carreira nesse momento:

Autonomia

Ter autonomia pode te ajudar muito nesse cenário remoto. Desde criar trilhas de conhecimento, traçar um plano de carreira e até fazer a gestão do tempo entre se manter equilibrada, saudável e produtiva.

Minha vó já dizia: “tem hora pra tudo, menina”.

Proatividade

Aqui na TW, a gente é sempre impactada com a frase: “se precisar de qualquer coisa, estamos a um ping de distancia”. E é isso que tenho feito: verificado a disponibilidade da agenda de diversas pessoas e agendado um bate-papo. Aí são conversas que vão desde mentorias até pair programming.

Antes, nós tínhamos as conversas de corredor, ou na hora do café, então vamos fazer o momento do cafezinho virtual um espaço pra networking e acolhimento.

Disciplina

Nesse contexto de pandemia, nem sempre a gente acorda com toda motivação para ter um dia produtivo. Ter uma rotina vai te ajudar muito a manter o foco nos dias difíceis.

É como acordar cedo ou construir hábitos mais saudáveis. No início, a gente força e vai sem vontade mesmo, só pra criar o hábito. Depois, nosso corpo e nossa mente já reagem no automático.

Pra ter reação tem que ter ação, hein! Essa é a regra do jogo!

Profissionalismo

Agora chegou a hora da polêmica, rs. Como se comportar em reuniões remotas? Preparei aqui um checklist pra te ajudar a dar os passos iniciais nesse mundo do zoom:

  • Imagine sempre que você está no escritório, então todo cuidado de respeitar o dress code da empresa que você trabalha;
  • Sempre que puder, mantenha a câmera ligada (usar filtros ou planos de fundo podem te ajudar a ter privacidade);
  • Quem tá do outro lado entende que agora você tem companheiros de trabalho: crianças, animais de estimação, plantas, parentes etc. Então, sempre que precisar se ausentar, avise no chat que vai desligar a câmera.
  • Todo cuidado do mundo com o microfone ligado. É muito chato quando o áudio de alguém vaza e interrompe a fala de outra pessoa.
  • E por falar em interrupção, use as reações do zoom para interagir. Levante a mão para informar que deseja ser a próxima pessoa a falar, interaja com positivo ou negativo, pois isso vai guiando as interações e agiliza o processo de reunião. Quanto mais direto ao ponto, mais rápido ela acaba! rs
  • Para evitar a fadiga da exposição às telas, prefira sempre pinar a imagem das outras pessoas, em vez de ficar olhando sua própria imagem na tela.
  • E por fim, sempre coloque seus alarmes para te lembrar de entrar pontualmente nos compromissos.

Autoconhecimento

“É se respeitar na sua força e fé, e se olhar bem fundo até o dedão do pé” – eu amo como Gonzaguinha consegue dizer o que é autoconhecimento aqui nesse trecho da música “Eu apenas queria que você soubesse”.

Esse exercício de se autoexaminar, de se conhecer, pra saber o que dói e identificar suas fortalezas também. Para esses tempos de trabalhos remotos, pausar é importante demais, então esteja sempre alinhada com sua liderança sobre os momentos que você tira para o autocuidado.

Nem que sejam vários intervalos curtos ao longo do dia pra fazer um chá, um café, fazer uma meditação, tomar sol, ouvir uma música enfim, fazer o que te faz bem e que pode te ajudar a se manter no eixo.

Sua saúde mental vai te agradecer por cada pausa que você tirar!

Adaptabilidade

Reagir e se adaptar rapidamente são habilidades que podem te destacar no mercado digital. Mas que podem também te trazer uma qualidade de vida melhor. Nada é permanente. Todas as situações difíceis possuem possibilidades reais e diferentes de resolução.

Ser uma pessoa que se adapta a contextos diferentes, certamente vai fazer de você alguém resiliente. E esse super poder é pra além do escritório, é pra vida como um todo.

Empatia

Essa habilidade é a minha favorita. Você já tentou olhar pra o calo de outra pessoa, ao invés de só reparar onde te aperta? É óbvio que não dá pra uma pessoa não-negra entender na pele o que é racismo, mas dá pra estudar sobre branquitude e privilégios.

Não dá pra uma pessoa cis, entender na pele o que é transfobia, mas dá pra se informar e não reproduzir discursos que ferem. E que transformam o Brasil o maior no mundo, em número de assassinatos de pessoas transgenero e travestis.

E essa lógica de se informar e tratar o outro como gosta de ser tratado (com amor e respeito), deve alcançar todos os grupos minorizados e subrepresentados.

Tenha atenção! Use seu acesso à informação! Não seja reprodutor ou conivente com atitudes e falas que aumentam as desigualdades de oportunidades no mercado de trabalho.

Lifelong learning

Depois do choque de realidade do tópico anterior, tem outro toque aqui. Suas chances no mercado digital aumentam quando você é uma eterna estudante. Sim, esteja aberta sempre a aprender novos conceitos e práticas da sua área de atuação ou do mercado como um todo.

É aquela velha batalha: generalista ou especialista? Tem lugar pra todo mundo, o importante mesmo é se manter em constante atualização com cursos, leituras, eventos etc.

Comunicação efetiva

Falar, escutar e se relacionar formam o combo da comunicação efetiva. Em tempos de relações digitais no trabalho, ter uma comunicação efetiva é ouro. Eu sempre fui muito comunicativa, sempre gostei de falar alto e olhando no olho.

Mas eu nunca usei tanto a soft skill de relacionamento como agora. Eu entrei pra o time da escuta ativa, não interrompo a linha de raciocínio das outras pessoas e sempre proponho o que eu penso. Propor é diferente de impor. É saber se faz sentido pra outra pessoa também.

Toda conversa tem dois ou mais lados e todos devem ser considerados. Essa diversidade de ideias e vivências, só aumenta meu repertório.

Brilho no olho

Por último e não menos importante “brilho no olho”. É muito subjetivo, né? Mas é muito importante lembrar que são mais de oito horas todos os dias convivendo com o trabalho que a gente escolhe.

Eu sei que não é a realidade da maioria das profissões e pessoas, mas deveria ser! Eu escolhi o meu trabalho e a empresa que eu gostaria de trabalhar.

Literalmente, eu fiz uma lista de empresas que tinham um programa explícito de diversidade, inclusão e oportunidade de plano de carreira. Conversei com pessoas de dentro, stalkeei nas redes sociais e apliquei somente para as vagas e empresas que faziam sentido.

É assim que as recrutadoras fazem também, eu apenas agi com reciprocidade, rs.

E hoje, eu acordo todos os dias, sabendo que sou feliz onde estou. Eu tô crescendo muito em várias áreas da minha vida, eu tenho me conectado com pessoas incríveis ao redor do mundo. E eu tô muito aberta a viver tudo isso com muito brilho no olho.

Conclusão

Algumas pessoas que já me assistiram falar sobre carreira tech, dizem que é contagiante. É que minha carreira e minha vida se transformaram tanto. Que eu só quero impactar o maior número possível de pessoas a viver essa transformação em suas carreiras também.

Além disso, tem o fato que é um dos poucos mercados que cresce em posições abertas, enquanto temos poucas pessoas formadas na área. Tá sobrando vaga em aberto, pessu!

Espero que esse artigo te ajude de alguma forma! Lembre-se: estou a um ping ou a um play de distância, me pinga no chat pra gente conversar. E para mais dicas de carreiras no fim do mundo, escute o podcast quero ser dev! Beijinhos e até mais!